“Bolsonaro termina 2023 melhor do que começou”
Cientista político Leonardo Barreto lembra o início do ano derrotado do ex-presidente e diz que inelegibilidade não matou sua atuação política
Jair Bolsonaro (foto, em workshop de formação política do PL, em outubro) foi condenado a oito anos de inelegibilidade em 2023, mas termina o ano melhor do que começou, para o cientista político Leonardo Barreto. O colunista de Crusoé analisou os últimos meses do ex-presidente no Meio-Dia em Brasília desta quarta-feira, 27, e o balanço não é tão negativo quanto se pode imaginar após a condenação no TSE.
“Bolsonaro deixou a condição de candidato e passou à condição de eleitor. Isso permite que ele navegue com desenvoltura entre os diversos públicos e os diversos atores que desejam seu apoio para a eleição municipal — e até para a eleição presidencial de 2026. Isso deu uma espécie de leveza para Bolsonaro”, analisou Barreto.
O cientista político disse que Bolsonaro “conseguiu se consolidar como a liderança oposicionista, principalmente no final do segundo semestre, que ele nem deu sinal de que seria no início deste ano”.
“A gente tem que lembrar que, além de não passar a faixa para o presidente eleito, o presidente Lula, Bolsonaro saiu do país e deixou uma boa parte de seus militantes órfãos”, destacou Barreto.
Bolsonaro deixou o Brasil antes mesmo do fim de seu mandato, em 30 de dezembro de 2022, e passou três enigmáticos meses nos Estados Unidos, sem dar sinal de quando voltaria.
O comportamento do ex-presidente foi descrito por muitos de seus apoiadores mais ferrenhos como covarde.
“Tinha tudo para dizer que o Bolsonaro tinha acabado, mas, por incrível que pareça, essa condição de inelegibilidade deu a ele uma condição de navegar em diversos públicos, diversas praias, em função de ele não ser mais candidato”, disse Barreto, destacando também que os petistas atuam para manter vivo o fantasma de Bolsonaro, como mal a ser combatido, o que contribui para que o ex-presidente mantenha relevância após ter sido condenado por sua atuação no Palácio do Planalto.
O Antagonista