Defesa de militar preso por trama golpista alega sabotagem e provas plantadas 

Defesa de militar preso por trama golpista alega sabotagem e provas plantadas 

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, apontado como integrante do núcleo operacional de um plano para sequestrar e executar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (28) que foi alvo de sabotagem. Segundo sua defesa, provas teriam sido plantadas na investigação para incriminá-lo.

O advogado de Azevedo, Jeffrey Chiquini, contestou as evidências apresentadas no relatório final da PF, especialmente o celular e a linha telefônica atribuídos ao militar. O aparelho teria sido utilizado no planejamento da execução de Moraes em 15 de dezembro de 2022. Chiquini afirmou que o telefone foi entregue ao tenente-coronel no dia 24 daquele mês, após a data dos fatos investigados, e que sua inclusão no caso é uma tentativa de desviar o foco.

“É nítido que houve sabotagem ou tentativa de incriminar o coronel Rodrigo Bezerra. Um celular usado no dia 15 foi plantado no dia 24, quando ele assumiu o comando do Centro de Coordenação de Operações Especiais”, disse o advogado.

A defesa alega que os “telefones frios” utilizados pelo grupo criminoso — aparelhos registrados com dados de terceiros para dificultar rastreamento — foram manipulados para comprometer o militar. Segundo a PF, uma das linhas atribuídas a Azevedo foi ativada 14 dias após a ação planejada contra o ministro do STF.

Chiquini também questionou a veracidade das acusações e declarou que as Forças Especiais não teriam participado de algo que ele classificou como “amador”. “É impossível que militares treinados para ações especiais cometam erros tão básicos e deixem rastros. Não houve envolvimento institucional do Exército Brasileiro ou das Forças Especiais”, afirmou.

A defesa busca apresentar à PF novas provas que, segundo o advogado, confirmariam a inocência do tenente-coronel. Entre elas, estão recibos de aplicativos de entrega e transações financeiras que indicariam que Azevedo estava em casa no dia do suposto planejamento.

O advogado reiterou que seu cliente está disposto a cooperar com a investigação e provar sua ausência de envolvimento no plano golpista. Ele argumentou que, se houve uma tentativa de golpe, esta foi arquitetada por “amadores”, sem o envolvimento de qualquer instituição oficial.

“Não descarto que houve uma tentativa de golpe, mas não da forma apresentada. Se algo ocorreu, foi conduzido por indivíduos isolados e sem preparo”, concluiu Chiquini.

A Operação Contragolpe da Polícia Federal segue investigando as responsabilidades dos envolvidos. O relatório da PF, que inclui Azevedo entre os indiciados, descreve um suposto plano para capturar e “neutralizar” autoridades, como Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A defesa de Azevedo pretende utilizar essas novas evidências para solicitar sua libertação e comprovar que não houve envolvimento institucional do Exército no caso.

Divulgação/Exército Brasileiro

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