Nova Iorque: Justiça está colocando criminosos nas ruas

Nova Iorque: Justiça está colocando criminosos nas ruas

A reforma na lei de fianças, em vigor desde 2020, dificulta a prisão de suspeitos pobres; taxa de reincidência disparou na cidade

O Departamento de Polícia de Nova Iorque está cobrando mudanças nas políticas da nova legislação de reforma de fianças do Estado — modificada em 2019 para evitar que as pessoas sem condições de arcarem com o valor fossem presas.

De acordo com o prefeito de Nova Iorque, Eric Adams, e o chefe de Polícia da cidade, Keechant Sewell, as mudanças aumentaram a criminalidade e os índices de reincidência.

A lei, que entrou em vigor em 2020, impede juízes de exigir fiança para a maioria dos delitos considerados não violentos, incluindo os casos de tráfico de drogas. Com isso, muitos infratores foram libertados enquanto aguardam julgamento.

Em uma declaração na quarta-feira 3, o prefeito pediu mudanças nessa política do Estado. “Nosso sistema de justiça criminal é insano. É perigoso, é prejudicial, está destruindo nossa cidade”, disse Adams.

“Repetidas vezes, a polícia está fazendo prisões e, em seguida, a pessoa que é presa por agressão, roubos e porte de arma está de volta às ruas dias, se não horas, após a prisão. E continua cometendo mais crimes.”

Reincidência disparou em Nova Iorque

Houve um aumento significativo na reincidência em algumas categorias de crimes, segundo o Departamento de Polícia.

Neste ano, 25% das quase 1,5 mil pessoas presas por roubo, cometeram outro crime em 60 dias. Em 2017, no entanto, esse índice era de 7%. Nos casos dos furtos, a taxa de reincidência saltou de 6,5%, há cinco anos, para 17% agora.

“O número de indivíduos presos três ou mais vezes em um ano por crimes como roubo, furto, entre outros, aumentou nos primeiros seis meses de 2022, em comparação com os anos anteriores”, afirmou Sewell.

Até junho deste ano, 211 pessoas foram presas pelo menos três vezes por roubo, um crescimento de 140% em comparação ao mesmo período de 2017.

“Os juízes devem ter a capacidade de manter criminosos violentos e reincidentes sob custódia enquanto aguardam julgamento”, disse a chefe de polícia. “Precisamos manter as reformas com as quais todos concordamos, mas ao mesmo tempo nos unir para evitar que os nova-iorquinos sejam prejudicados. Nosso foco deve estar nas vítimas do crime”, defendeu.

Por Revista Oeste

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