
AGU pede investigação de deputado que disse querer a morte de Lula
Durante sessão, Gilvan da Federal afirmou que quer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morra
A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou, na terça-feira (8/4), uma notícia de fato à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando que as instituições adotem as providências cabíveis, incluindo possível investigação criminal, por causa das declarações feitas pelo deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES), durante sessão na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
Na sessão, o parlamentar afirmou que quer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morra. “Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos. É um direito meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas eu quero que ele morra. Quero que ele vá para o quinto dos infernos porque nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer… tomara que tenha um ataque cardíaco. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso país. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele andem com seus seguranças desarmados”, disse Gilvan, na terça-feira.
Para a AGU, as declarações podem configurar, em tese, os crimes de incitação ao crime (art. 286 do Código Penal) e ameaça (art. 147 do Código Penal), merecendo apuração rigorosa pelos órgãos competentes.
“Há de se apurar, ainda, se tais manifestações excedem ou não os limites da imunidade parlamentar, de acordo com o art. 53 da Constituição Federal, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que tem entendido que a imunidade material não protege manifestações que configurem crimes contra a honra ou incitação à violência, especialmente quando se voltarem contra instituições democráticas ou agentes públicos investidos em função de Estado”, cita a AGU.
Além de encaminhar a notícia de fato à PF e PGR, a AGU determinou a imediata instauração de procedimento administrativo interno para apurar o fato, ressaltando que as providências adotadas “visam à salvaguarda da integridade das instituições republicanas e do Estado Democrático de Direito”.

“Não vou dizer que vou matar o cara, mas eu quero que ele morra”, disse o deputado Gilvan da Federal
O deputado Gilvan da Federal ainda não se manifestou sobre o pedido da Advocacia-Geral da União.
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