CGU investiga emendas de Randolfe e Alcolumbre para ONG
A Controladoria-Geral da União (CGU) apura o repasse de aproximadamente R$ 3 milhões em emendas parlamentares vinculadas aos senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Randolfe Rodrigues (PT-AP). Os recursos foram destinados a uma ONG que está sob investigação por suspeitas de sobrepreço, falta de transparência e critérios questionáveis em sua escolha.
A entidade em questão, o Instituto de Gestão em Desenvolvimento Social e Urbano (Inorte), foi fundada em 2005 com foco na assistência a crianças e adolescentes por meio de uma associação de empreendedores evangélicos. Contudo, a partir de 2021, a ONG passou por uma reestruturação profunda, alterando sua administração, endereço e áreas de atuação.
Atualmente, o cadastro da organização na Receita Federal aponta 20 atividades econômicas distintas, que vão desde o comércio varejista de livros até a produção cinematográfica e locação de equipamentos para eventos.
De acordo com a CGU, a Inorte não possuía capacidade técnica adequada para executar os serviços financiados com recursos públicos. A ONG organizou festivais em diversas cidades do Amapá que, em 2022, passaram a ser amplamente promovidos por ambos os senadores.
Entre as irregularidades investigadas, destaca-se a aplicação de R$ 850 mil provenientes de emendas do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) para eventos como a celebração do 79º aniversário de Oiapoque e a Festa de São Tiago, em Mazagão, município do Amapá.
Já em 2023, a Prefeitura de Santana repassou R$ 1,2 milhão à ONG para organizar o evento “Viva Santana 2023”, que incluiu apresentações gospel e feiras gastronômicas, com recursos de emendas de Davi Alcolumbre (União-AP).
Ambos os senadores negam qualquer vínculo direto com a ONG e alegam que os recursos foram destinados às administrações municipais responsáveis pela execução dos projetos, sem qualquer direcionamento específico à Inorte.
Fonte: Diário do Poder