Entidades apontam risco a 10 mil empresas e milhares de empregos com a tarifa de Trump

Entidades apontam risco a 10 mil empresas e milhares de empregos com a tarifa de Trump

Duas das principais entidades do setor produtivo brasileiro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), manifestaram preocupação com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar para 50% a tarifa sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Em comunicados divulgados nesta quinta-feira (10), as instituições classificaram a medida como injustificada e alertaram para os riscos econômicos decorrentes da escalada tarifária.

Para a CNI, a decisão foi recebida com “surpresa e preocupação” e “não encontra respaldo em fatos econômicos”. Segundo a entidade, os impactos da medida podem ser “severos” para cerca de 10 mil empresas brasileiras que hoje exportam para os Estados Unidos. “Há uma forte interdependência entre as cadeias produtivas dos dois países. Os prejuízos podem ser graves”, afirmou Ricardo Alban, presidente da confederação.

A CNI ainda rebateu a justificativa do governo americano, que apontou desequilíbrios comerciais. Segundo dados da entidade, o Brasil aplica uma tarifa efetiva média de apenas 2,7% sobre produtos americanos — valor significativamente inferior à taxa nominal citada pelos EUA junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os Estados Unidos são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e o principal destino das exportações da indústria de transformação. Um levantamento da CNI aponta que um terço das empresas brasileiras que exportam para o mercado americano já relatou impactos negativos, mesmo antes da entrada em vigor da nova tarifa.

Amcham vê risco para cadeias produtivas integradas

A Amcham Brasil, que representa empresas brasileiras e norte-americanas há mais de cem anos, também criticou duramente a decisão de Trump. Em nota, a entidade classificou o aumento tarifário como “uma ameaça ao equilíbrio das cadeias produtivas integradas” entre os dois países e alertou que a medida pode comprometer empregos, investimentos e o desempenho econômico de ambas as economias.

“A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos sempre foi historicamente complementar e benéfica para os dois lados, com superávit consistente a favor dos americanos nos últimos 15 anos”, afirmou a entidade.

A Amcham defendeu a retomada urgente de um “diálogo construtivo” entre os governos de Lula e Trump e propôs uma solução negociada baseada em “racionalidade, previsibilidade e estabilidade”. “É preciso preservar os vínculos econômicos e promover uma prosperidade compartilhada”, diz a nota.

Empregos em risco

A CNI também destacou os impactos sociais da medida. Segundo a confederação, em 2024, cada R$ 1 bilhão exportado ao mercado americano gerou mais de 24 mil empregos no Brasil, além de R$ 3,2 bilhões em produção nacional. A ruptura do fluxo comercial, afirmam as entidades, poderá ter consequências diretas no mercado de trabalho brasileiro.

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Gazeta Brasil

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