Esquerda folgada: “Movimento antitrabalho” não para de crescer
Uma nova onda tem angariado cada vez mais adeptos, boa parte de esquerda, no mundo inteiro. O chamado “movimento antitrabalho” se apoia em uma profunda desilusão com os sistemas trabalhistas, em que muitos funcionários sentem usufruir de péssimas condições e ser impedidos de equilibrar sua vida pessoal e profissional.
Dados de 2021 do Bureau of Labor Statistics mostraram que, somente no mês de agosto, 4,3 milhões de americanos pediram demissão de seu trabalho sem ter outras perspectivas.
Algumas dessas pessoas relatam estar profundamente desiludidas com os trabalhos que realizam. Além disso, a sobrecarga de horas exigidas pelas empresas por salários baixos acarretam cada vez mais casos de burnout.
O fenômeno, que também tem sido chamado de “Grande Demissão” ou “Grande Resignação”, prega uma maior consciência sobre os propósitos do trabalho que a maioria de nós executa. Um dos lemas de quem defende essa ideia é “desemprego para todos, não apenas para os ricos” — o que revela uma noção de que os mais pobres costumam trabalhar para sustentar riquezas das quais eles não usufruem.
O movimento busca apoio em teóricos anarquistas como Paul Lafargue e Bob Black, e critica sobretudo as exigências necessárias para subir na carreira — uma máxima do mundo capitalista, baseado na ideia de meritocracia.
“O movimento defende que os funcionários deixem o local de trabalho e se concentrem no que é realmente importante para eles”, explica Leah Lambart, uma consultora de carreiras da Austrália.
Por terrabrasilnoticias