EUA escalam guerra comercial com tarifas adicionais de 50% sobre a China

EUA escalam guerra comercial com tarifas adicionais de 50% sobre a China

Soja sobe em Chicago e prêmios cedem no BR

Quando a notícia de que a China está tarifada pelos EUA em 104% é impossível acreditar que a escalada da guerra comercial já terminou.

A notícia chegou na tarde desta terça-feira (8) com o anúncio da Casa Branca de uma taxa adicional aos produtos da nação asiática da ordem de 50% e bagunçou ainda mais os mercados, em especial os acionários e as soft commodities.

Na Bolsa de Nova York, os futuros do açúcar eram os que lideravam as baixas, com mais de 2% de queda, levando a primeira posição a encerrar o dia com 18,30 por libra-peso. 

A chamada “Volatilidade Trump” chegou direto ao S&P 500, que mais cedo subia mais de 4% – seu maior ganho intraday desde 2022, em um movimento forte de ajuste depois das quedas fortes -, mas passou a cair na sequência da novidade.

De outro lado, o dólar continuava sua toada positiva frente ao real nesta terça, com mais de 1% de alta e batendo nos R$ 5,98. 

“O dólar saltou nesta tarde acompanhando o movimento externo. Lá fora, o mercado reage negativamente à oficialização da implementação das tarifas adicionais de 50% dos EUA sobre os produtos chineses. O Secretário de Imprensa da Casa Branca afirmou que as tarifas de 104% já entraram em vigor na China. As tarifas adicionais de 50% serão cobradas a partir de 9 de abril. Com as tensões comerciais acentuadas entre China e EUA e a expectativa de uma recessão global, bolsas ao redor do globo que chegaram a subir hoje, já operam no vermelho”, explicam os analistas da Agrinvest Commodities. 

ALTA DOS GRÃOS EM CHICAGO

Os traders buscam entender agora como poderão ocorrer as negociações, porém, sabem que a batalha mais dura será a travada com a China. As tarifas adicionais impostas nesta terça-feira vieram no fim do prazo dado por Donald Trump a Pequim para a retirada das tarifas retaliatórias de 34% sobre os produtos norte-americanos. Xi Jinping optou pela manutenção e os 50% a mais vieram. 

E apesar de movimentos tão agressivos assustarem os mercados, o dia foi positivo para os grãos negociados na Bolsa de Chicago. Os futuros da soja até amenizaram o movimento de alta, mas ainda assim concluíram o pregão desta terça-feira em campo positivo. O vencimento maio subiu 9,50 pontos, para US$ 9,92 e o julho foi a US$ 10,03, com alta de 6,25 pontos. A exceção se deu no setembro, que concluiu o dia com US$ 2,50 pontos de baixa de US$ 9,75 por bushel. 

O fechamento positivo, todavia, não muda muito o cenário em que “a situação para a China está ficando cada vez complicada”. Ainda assim, a demanda da nação asiática pela soja brasileira permanece forte e muito concentrada no Brasil, o que mantém, inclusive os prêmios positivos. 

“A China também está jogando duro contra os EUA, e o mercado da soja em Chicago caiu muito na semana e ficou tudo muito barato (…) A guerra comercial, certamente, vai trazer mudança de origem do grão, mas não diminuição de demanda e o mercado também já está olhando isso. É provável que a China compre muito pouco nos EUA e muito no Brasil, e alguma coisa em outros lugares, como Argentina e Paraguai. E os relatórios semanais da Secex já vem mostrando isso, estamos com recorde histórico de emabrques de soja”, explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

PRÊMIOS DA SOJA RECUANDO

Os prêmios para a soja no Brasil tendem a manter-se valorizados com toda esta demanda, mas também deverão sentir bastante volatilidade. Nesta terça-feira, os indicativos, também como detalhou Brandalizze, recuaram em relação aos valores do dia anterior de 10 a 20 pontos. “E isso também dá fôlego para Chicago”, diz.  

E o consultor afirma ainda que o atual momento é de preços no mercado brasileiro de soja é de certa estabilidade, com ainda boas oportunidades se apresentando, com a terça-feira combinando altas em Chicago e do dólar, apesar desta queda dos prêmios. Além disso, a boa relação de troca para a soja 2025/26 com os insumos também exige atenção do sojicultor brasileiro. 

Fonte: Notícias Agrícolas

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