Ex-governador Eduardo Azeredo lança livro sobre a carreira política

Ex-governador Eduardo Azeredo lança livro sobre a carreira política

Ex-governador de Minas Gerais diz que que começou a escrever a obra durante o período em que esteve preso por suposto envolvimento no mensalão mineiro

O tucano Eduardo Azeredo ainda tem esperança de reverter condenação e não ser preso
Foto: Leo Fontes

Ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo lança na próxima segunda-feira sua autobiografia “O ‘X’ no Lugar Certo: Desafios e Memórias da Vida Pública”, que começou a escrever durante o período em que esteve preso por suposto envolvimento no mensalão mineiro – entre maio de 2018 e novembro de 2019. Ele teve sua condenação por peculato e lavagem de dinheiro anulada em junho do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O livro basicamente tem três partes. Uma primeira parte é um pouco mais pessoal, da família, das minhas origens, das influências que eu tive: o meu pai, Renato Azeredo, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, e, depois, no período em que eu já estava na política, o Pimenta da Veiga e o Hélio Garcia. Depois, eu conto sobre a prefeitura, o governo do Estado e o Congresso. E finalmente o processo que eu enfrentei e que foi anulado em junho do ano passado”, disse.

A ideia surgiu do ex-ministro do STF Carlos Velloso. “Quando eu estava preso na Academia de Bombeiros foi que surgiu essa ideia. O próprio ministro Carlos Mário Velloso, que faz o prefácio, foi que me sugeriu: por que você não escreve as suas memórias?”, conta.

Ao rememorar sua trajetória na política mineira, Azeredo destaca sua campanha para o Senado em 2002. Também se orgulha do trabalho feito por Minas na área da educação, mas se ressente do pouco reconhecimento. 

Já entre os momentos mais desafiadores ele destaca a greve da Polícia Militar (PM) de Minas em 1997, reivindicando reajuste salarial, e sua tentativa frustrada de reeleição ao governo do Estado, em 1998, quando perdeu a disputa para o ex-presidente Itamar Franco.

Ele diz ter sido um equívoco sua prisão, já que, alega, não havia provas de que soubesse das irregularidades apontadas em sua campanha à reeleição em 1998. 

“Eu tive um problema na campanha de 1998, que foi uma questão eleitoral sobre a qual eu não tinha responsabilidade. Era uma empresa de grande porte que ajudou fazendo contribuições na campanha, mas isso não foi registrado corretamente. Mas não fui eu quem autorizou coisa nenhuma. Não tem nenhum depoimento dizendo isso. Não teve nenhum documento que provasse que eu tinha conhecimento desses patrocínios. Então, basicamente foi isso, e acabou que o Supremo entendeu e disse que isso não era uma questão de peculato, como se falou. Era uma questão eleitoral, e (o STF) suspendeu o processo, o que teve como consequência a anulação, e foi encaminhado para a área eleitoral”, disse o ex-governador em entrevista ontem ao Alerta Super, na rádio Super 91,7 FM.

Azeredo foi prefeito e vice-prefeito de Belo Horizonte, governador, senador e deputado federal por Minas Gerais pelo PSDB, partido de cujo lançamento também participou, ao final da ditadura militar. Deixou o partido após ser preso no episódio do mensalão mineiro por ter se sentido “abandonado” pela sigla. 

“Eu deixei porque senti realmente uma falta de solidariedade em determinado momento, e isso me machucou, então achei melhor sair do partido”, disse. Mas ressaltou que ainda avalia bem a legenda. “Considero ainda o PSDB um partido sério e que tem uma plataforma”, disse. 

Serviço

O lançamento do livro “O ‘X’ no Lugar Certo: Desafios e Memórias da Vida Pública” acontecerá no dia 7 de março, às 19h, na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466,  Centro – Belo Horizonte).

Com informações Otempo

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