Os planos de aliados de Bolsonaro para virar as eleições no domingo
Entorno do presidente da República aposta em virada em Minas Gerais e crescimento em São Paulo e no Rio de Janeiro para neutralizar vantagem conquistada por Lula no Nordeste
Apesar da proximidade com o segundo turno da eleição presidencial, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) dizem acreditar que ainda há espaço para uma reviravolta na disputa. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o chefe do Executivo federal recebeu cerca de 6,2 milhões a menos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. De olho em uma inédita virada, que nunca ocorreu desde a redemocratização do Brasil, a campanha do mandatário se apoia na força dos apoios dos governadores de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para melhorar sua votação nos três maiores colégios eleitorais do país, neutralizar a vantagem conquistada por Lula no Nordeste (aproximadamente 12,9 milhões de votos) e ter condições de vencer a disputa no domingo, 30, ainda que por uma margem estreita.
Segundo dirigentes do PL ouvidos pelo site da Jovem Pan, os planos para a vitória de Bolsonaro passam, especialmente, por dois movimentos: virar o jogo em Minas Gerais, onde Lula teve pouco mais de 563 mil votos de vantagem, e dobrar a frente conquistada no Rio de Janeiro, berço político do bolsonarismo. No Estado fluminense, o presidente da República saiu das urnas com 10,41% de votos a mais em relação ao ex-presidente. Para isso, o QG da reeleição aposta na força de aliados Washington Reis (MDB) e Capitão Nelson (PL), ex-prefeito de Duque de Caxias e prefeito de São Gonçalo, respectivamente. Os bolsonaristas buscam, com esses apoios, recuperar votos perdidos em quatro anos. No primeiro turno de 2018, o então candidato do PSL recebeu 5.107.735 votos. No último dia 2, o postulante do PL teve 4.831.246 votos, uma redução de 5,4%.
Em São Paulo, líderes do partido esperam aumentar a vantagem conquistada no primeiro turno no Estado, onde Jair Bolsonaro venceu por 47,71% a 40,89%. O plano mais otimista, dizem, é dobrar essa vantagem de sete pontos porcentuais, ou seja, se aproximar dos 15 pontos. “Devemos dobrar no Estado”, disse à reportagem a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a segunda mais votada no maior colégio eleitoral do país, com mais de 945 mil votos. Parte destes novos votos viriam de Rodrigo Garcia, que declarou “apoio incondicional” ao presidente da República e ao seu candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). No primeiro turno, o tucano teve 4.296.293 votos. Em números gerais, Bolsonaro teve 2.433.954 votos a mais que Lula no Sudeste. Os interlocutores do presidente ouvidos pela reportagem não arriscam um palpite sobre os números que sairão das urnas no domingo, 30, mas concordam em um ponto específico: a eventual reeleição do candidato do PL passa, necessariamente, por um avanço expressivo na região.
Por Jovem Pan