Ovo tem a maior alta desde 1994, antes do Plano Real, aponta IBGE
O ovo de galinha e o café moído, dois itens essenciais na mesa dos brasileiros, registraram inflação de dois dígitos em fevereiro, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O preço do ovo teve alta de 15,39%, a maior variação mensal desde o início do Plano Real. A última vez que esse item apresentou um aumento tão expressivo foi em junho de 1994, quando subiu 56,41% antes da circulação do real.
Já o café moído subiu 10,77% no mês passado, registrando o maior aumento em 26 anos. Desde fevereiro de 1999, quando a alta foi de 12,55%, o produto não apresentava uma variação tão intensa.
O IBGE aponta que fatores como a quebra de safra global têm impulsionado os preços do café, enquanto a demanda por ovos foi pressionada pelo retorno das aulas escolares, restrições na exportação devido à gripe aviária nos EUA e as altas temperaturas no Brasil.
“O tempo quente influencia a produção dos ovos e o bem-estar das aves, reduzindo a oferta”, explicou Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE.
Apesar da disparada do ovo e do café, a inflação do grupo alimentação e bebidas avançou 0,70% em fevereiro, abaixo dos 0,96% registrados em janeiro.
A desaceleração foi puxada pela queda nos preços de alguns produtos básicos, como batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%). Outros itens que registraram queda foram banana-d’água (-5,07%), laranja-pera (-3,49%) e óleo de soja (-1,98%).
Nos últimos 12 meses, o grupo alimentação e bebidas acumula alta de 7%, sendo o maior impacto entre os nove grupos do IPCA. Em seguida, aparece o grupo educação, com alta de 6,35%.
Para tentar conter os aumentos, o governo anunciou a isenção do imposto de importação sobre produtos como carne, café, milho, óleos e açúcar. No entanto, especialistas avaliam que a medida pode não ter um impacto no bolso do consumidor.
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Por: Hora Brasília
