Petistas ‘se arrependeram’ de CPI contra Moro, diz Girão
‘Perceberam que, em vez de prejudicar a campanha de Sergio Moro, eles iriam promovê-la’, disse o senador do Podemos
O PT e outros partidos de esquerda que pretendiam criar uma CPI para investigar o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro perceberam que isso poderia inflar a candidatura do adversário ao Palácio do Planalto. A avaliação é do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), entrevistado nesta quarta-feira, 26, no Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
A iniciativa da CPI partiu de dirigentes e parlamentares do PT, que pretendiam investigar supostas irregularidades nos serviços prestados por Moro à consultoria norte-americana Alvarez & Marsal.
“Eles perceberam que, em vez de prejudicar a campanha do Sergio Moro, eles iriam promovê-la. Resgataria todo o legado de uma causa que transcende a própria candidatura”, afirmou Girão. “A Lava Jato é um sinal muito positivo e vigoroso de um Brasil que deu certo, e o ministro Sergio Moro foi o grande comandante daquela força-tarefa”, completou.
Para o senador do Podemos, apoiador da candidatura de Moro à Presidência, “eles [petistas] fizeram um movimento e depois se arrependeram”.
Indagado sobre as suspeitas levantadas a respeito das relações entre Moro e a empresa norte-americana, Girão disse que “o ministro ficou de fazer essa declaração oficial no Imposto de Renda dele”. “Ele vai abrir tudo isso. Não precisa ceder a pressões políticas com outros interesses que a gente sabe quais são”, afirmou. “A consultoria em que ele trabalhou nos Estados Unidos é renomada no mundo inteiro.”
Eduardo Girão demonstrou confiança no crescimento de Moro na corrida presidencial — até o momento, o ex-juiz da Lava Jato tem um desempenho tímido.
“A gente não pode acabar com a folha de serviços prestados pelo ministro para o nosso país. Colocou políticos poderosos corruptos na cadeia. Empresários poderosíssimos, os mais ricos do Brasil, também foram condenados e presos. Isso não se pode apagar”, afirmou o senador.
Podemos ou União Brasil
Durante a entrevista, Girão admitiu que há negociações sobre a possível migração de Moro para o União Brasil, um partido maior que o Podemos. Até agora, segundo o parlamentar, não há nenhuma definição em relação a isso.
“Não sou muito ligado nessa questão de partido. Acho que o Brasil deveria ter candidatura independente, avulsa, como existe nos Estados Unidos. Certamente o ministro Sergio Moro estaria nesse caminho se não houvesse essa obrigatoriedade de filiação a algum partido no Brasil”, disse. “Isso faz parte do jogo político, do tabuleiro que temos no Brasil. A União com esse partido é bem-vinda.”
Por Revista Oeste