As armadilhas no caminho do agronegócio

As armadilhas no caminho do agronegócio

O agronegócio brasileiro deve ser respeitado. Ele gera recursos, gera empregos, gera alimento, gera exportação

Ano a ano o Brasil vem se destacando no campo agrícola. Novas fronteiras têm possibilitado o aumento da produção em áreas antes inexploradas. É o caso do famoso MATOPIBA, um território que abrange o oeste dos Estados do Maranhão, Piauí, Bahia e o leste do Tocantins. Uma região que há anos experimenta um incrível desenvolvimento e um considerável avanço social.

Os agricultores brasileiros, de todos os tamanhos, têm ajudado o País a manter seu crescimento em alta e alimentar boa parte da população mundial. O desempenho de nossas lavouras, principalmente de soja e milho, enche de orgulho milhares de famílias. Um mundo que gira bilhões de reais todos os anos e deve se manter assim ainda por um bom período.

É o que aponta o último levantamento apresentado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A safra de grãos do biênio 2022/2023 deve chegar a uma produção de 313 milhões de toneladas, um aumento de 15,5% em relação ao resultado obtido no último ciclo, o que representa quase 42 milhões de toneladas a mais.

No geral, a área semeada no País deverá chegar a 76,8 milhões de hectares, ante aos 74,5 milhões de hectares cultivados em 2021/2022. De acordo com a Conab, o aumento na área plantada é explicado, entre outros fatores, pelo avanço da agricultura em áreas de pastagens degradadas, ou ainda da opção dos produtores pela soja em substituição a outras culturas menos rentáveis no atual momento. A projeção é que cerca de 43,2 milhões de hectares em todo País sejam destinados para a semeadura da soja.

O plantio da safra está se desenvolvendo bem, graças ao clima, e hoje alcança 57,5% da área prevista. Para o milho, a expectativa é que a produção total seja de 126,4 milhões de toneladas, com uma ligeira redução de cerca de 3%.

Entre as culturas de inverno, a Conab estima uma safra recorde de trigo. A expectativa é que os agricultores colham 9,5 milhões de toneladas do grão, número 23% maior que o colhido no ciclo anterior. Esse dado é importante diante de um cenário mundial de escassez do trigo em virtude do conflito entre Rússia e Ucrânia. Quanto maior for a nossa produção, menor será a necessidade de buscarmos matéria-prima no exterior.

Nos últimos anos, o Brasil tem aproveitado esse bom momento da agricultura para investir também em infraestrutura. Foram milhares de quilômetros de rodovias e ferrovias recuperados pelo eficiente trabalho do ex-ministro Tarcísio de Freitas, governador eleito de São Paulo. Outra boa notícia que vem do campo é o aumento da nossa capacidade de armazenagem agrícola. No primeiro semestre deste ano chegamos à marca de 188,8 milhões de toneladas, um crescimento de 3% em relação ao segundo semestre de 2021. Esse tipo de obra é importante já que permite maior segurança ao produtor, que deixa de ter pressa na hora de vender os grãos estocados e pode esperar o melhor momento de fechar o negócio.

Os silos predominam no País, com capacidade útil de 96 milhões de toneladas, seguidos pelos armazéns graneleiros, com 70 milhões de toneladas, e armazéns convencionais, estruturais e infláveis, que somadas chegam a 22,6 milhões de toneladas. Entre os Estados, o Rio Grande do Sul tem o maior número de estabelecimentos (2.183), enquanto o Mato Grosso tem a maior capacidade de estocagem (46,9 milhões de toneladas).

O agronegócio brasileiro deve ser respeitado. Ele gera recursos, gera empregos, gera alimento, gera exportação. Uma cadeia que não pode ser culpada por outras mazelas da sociedade. Obviamente que o sistema de produção não é perfeito. Como tudo, precisa de alguns ajustes, mas criminalizar o setor apenas por ideologia é o pior dos mundos. O Brasil depende, e por muito tempo ainda dependerá, da eficiência do agronegócio para fechar as contas do governo. É público e notório que algumas nações menos eficientes lutam para tirar a nossa competitividade no mercado externo. Essa é uma armadilha que não devemos cair. Proteger a nossa gente é o dever de todos.

Por Jornal Cruzeiro

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