Decisão do STF criou “esconderijos nas comunidades”, segundo Policia Militar do RJ
O coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro Luiz Henrique Marinho afirmou, nesta terça-feira (24), que a decisão do Supremo Tribunal Federal de limitar as operações policiais em comunidades no Rio de Janeiro criaram “esconderijos” para os criminosos.
Segundo ele, traficantes de outros estados migraram para as comunidades do Rio de Janeiro após o impedimento do STF.
“A gente começa a perceber essa movimentação, essa tendência de ligação com o Rio de Janeiro a partir da decisão do STF. Isso vem se acentuando nos últimos meses e essa tendência, esses esconderijos nas nossas comunidades são fruto da decisão do STF. A gente está estudando isso, mas provavelmente é fruto dessa decisão que limitou as ações das forças policiais do estado na comunidade”, avaliou o coronel em coletiva de imprensa.
A Polícia Militar reforçou que a ação policial na Vila Cruzeiro, nesta terça-feira (24), vinha sendo planejada há meses e aconteceu para impedir a movimentação de um grupo de criminosos para a Rocinha, comunidade de São Conrado, zona sul da cidade. De acordo com o coronel Marinho, havia a suspeita de que o grupo praticasse alguma invasão a outra comunidade. “Nesta madrugada, identificamos grande movimentação de elementos que controlam essa e outras localidades. Provavelmente essa movimentação seria para invasão a outra comunidade”, disse o coronel. De acordo com ele, as informações sobre a movimentação foram passadas por órgãos de inteligência.
A ação
A PM informou que a “ação foi emergencial e que não tinha como objetivo cumprir mandados de prisão”, disse comandante do Bope, Uirá do Nascimento Ferreira. Segundo a PM, a operação desta manhã visava surpreender mais de 50 criminosos que iriam iniciar o deslocamento entre as favelas. Entre eles, estariam lideranças de outros estados do país que tem nos últimos meses se abrigado em comunidades do Rio. “Aquela facção criminosa [CV] costuma fazer invasões em outras áreas, tínhamos o indicativo que essa quadrilha se deslocaria pela cidade e nós prontamente agimos no terreno. Carros em série, motos que funcionavam como batedores. Esses criminosos encontrariam outro grupo para alguma ação criminosa”, afirmou o comandante do Bope.