Europa em apreensão com possível escassez de gás natural
O Gasoduto Nord Stream, que transporta o insumo da Sibéria para a Alemanha, fechou para manutenção — e pode não voltar mais
A Europa está preocupada com as consequências de uma possível interrupção do fornecimento de gás natural pela Rússia, mostra artigo publicado nesta segunda-feira, 18, pelo The Wall Street Journal.
O Gasoduto Nord Stream, que transporta o insumo da Sibéria para a Alemanha, fechou para uma manutenção anual, que deve durar dez dias.
A Europa teme que Moscou possa prolongar o fechamento e privar a Alemanha de um ingrediente-chave para suas fábricas.
Segundo o cronograma anual de manutenção, o Nord Stream voltará a funcionar na segunda-feira 25 — o que significa que o fluxo de gás natural deve ser retomado no dia seguinte.
As autoridades europeias dizem que pode não ser fácil determinar se a Rússia pretende restaurar totalmente os fluxos de gás. Moscou poderia reativar o oleoduto, mas como volumes menores.
Além de ser dependente do gás natural, a Alemanha também atua como um centro de trânsito no continente. Isso porque passam pelo país os insumos que, posteriormente, serão direcionados para a Áustria, para a República Tcheca e para a Ucrânia. A indústria alemã produz matérias-primas e componentes, de vidro a plástico, que são cruciais para outros fabricantes europeus.
Por uma série de razões, a Rússia parou de fornecer gás para a França, a Polônia, a Bulgária, a Finlândia, a Dinamarca e a Holanda. Recentemente, o Kremlin reduziu os suprimentos para a Alemanha e para a Itália.
Se o Nord Stream permanecer vazio até sexta-feira 22, Berlim informa que vai declarar estado de emergência. Na prática, isso significa que o país assumirá o controle do mercado de energia.
As indústrias que necessitam do gás natural estão recorrendo a combustíveis alternativos, como petróleo e carvão, e estocando produtos químicos e outros ingredientes cruciais antes do inverno. Mas esses passos caminham até certo ponto, visto que uma escassez de gás poderá ser o suficiente para impor um racionamento de energia em qualquer país do continente.
Essa medida interromperia as cadeias de suprimentos europeias, particularmente no setor petroquímico, que depende de gás e petróleo como matéria-prima. A produção de aço, cobre e cerâmica também seria severamente afetada. A legislação alemã dá prioridade a residências e instituições, como hospitais, no fornecimento de gás. Isso deve tornar mais provável a escassez do insumo na indústria.
Por Revista Oeste