Europa lança plano de racionamento de gás natural
Os países do continente temem que a Rússia não volte a fornecer o insumo
A União Europeia (UE) pediu aos países do continente que se preparem para racionar o gás natural, visto que a Rússia está prestes a cortar o fornecimento do insumo. A Comissão Europeia (CE), órgão executivo da UE, divulgou um plano nesta quarta-feira, 20, para lidar com a possível sanção imposta pelo Kremlin.
Na terça-feira 19, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país cumprirá os compromissos de fornecer gás natural para a Europa, mas também alertou para possíveis dificuldades na distribuição do insumo, em razão das sanções impostas pelas potências ocidentais.
O plano da comissão exige que os países da UE reduzam voluntariamente seu consumo de gás em 15% nos próximos oito meses e estabeleçam prioridades para determinar quais setores industriais seriam afetados. A CE destacou que as metas de redução de energia podem se tornar obrigatórias, caso as ações voluntárias não sejam suficientes para evitar a escassez.
A proposta também promove a mudança do gás natural para fontes alternativas de energia, incluindo nuclear e carvão. Serão estabelecidos leilões, que devem compensar as empresas por usar quantidades menores do insumo.
Em 2021, a Europa recebeu da Rússia cerca de 40% de seu consumo total de gás. No mês passado, a CE informou que a média de fornecimento do insumo russo foi inferior a 30%.
Se a Rússia continuar a restringir os suprimentos, ou cortá-los totalmente, os países terão dificuldades para encher seus tanques de armazenamento no inverno, mostra reportagem publicada no The Wall Street Journal. A Agência Internacional de Energia informou que a Europa está operando “em um estado constante de incerteza sobre o fornecimento do gás russo”.
As indústrias de uso intensivo de energia, incluindo a de aço, de alumínio, de vidro e de produtos químicos, pressionaram a CE recentemente, para que consigam ter acesso prioritário ao insumo. As regras existentes para lidar com a escassez de fornecimento de energia mostram que, embora certos consumidores, como residências e hospitais, devam ser protegidos do racionamento, os usuários industriais podem enfrentar cortes.
Por Revista Oeste