Kalil diz que não trocará de partido após aproximação entre Silveira e Bolsonaro

Kalil diz que não trocará de partido após aproximação entre Silveira e Bolsonaro

Segundo prefeito, “o PSD é um partido liberal, eu apoio quem eu quiser e o Alexandre da Silveira quem ele quiser”

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse que não procede a informação de que ele mudará de partido.

Uma eventual saída dele do PSD começou a ser comentada nos bastidores nos últimos dias após a aproximação entre o presidente estadual do partido, Alexandre Silveira (PSD), e o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

Silveira assumirá a vaga de Antonio Anastasia (PSD) no Senado em fevereiro e foi convidado para ser o líder do governo Bolsonaro.

“O PSD é um partido liberal, eu apoio quem eu quiser e o Alexandre da Silveira quem ele quiser”, disse Kalil por meio de sua assessoria de imprensa.

Na quinta-feira (20), Bolsonaro e seu filho, Flávio Bolsonaro (PL), disseram publicamente que Alexandre Silveira havia aceitado o convite para ser o líder do governo no Senado. Horas antes disso, o futuro senador disse que não poderia se posicionar sobre o tema porque ainda não assumiu o mandato.

Se o senador se tornar mesmo aliado de Bolsonaro, vai dificultar a dobradinha entre Kalil e o ex-presidente Lula (PT), que já estava encaminhada. Além de ser presidente do PSD em Minas, a tendência é que Alexandre Silveira seja candidato à reeleição na chapa do prefeito de Belo Horizonte.

Uma alternativa que chegou a ser cogitada é que Kalil vá para o PSB, que negocia formar uma federação com o PT a nível nacional, o que poderia facilitar a aliança com Lula.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o presidente do diretório estadual, deputado Vilson da Fetaemg, chegaram a convidar Kalil para se filiar ao partido no final do ano passado, mas o prefeito disse na ocasião que iria permanecer no PSD.

O PSB é visto como alternativa para Kalil garantir a aliança com o PT, pois os partidos negociam palanques regionais em diversos estados. Além da possibilidade de Geraldo Alckmin se filiar ao PSB para ser o vice de Lula, o PT vai apoiar candidatos dos socialistas para o governo do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Em contrapartida, o PSB vai apoiar candidatos a governador do PT na Bahia, Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte. A principal disputa é em São Paulo, onde não há acordo se o candidato será Fernando Haddad (PT) ou Márcio França (PSB). Os palanques também não estão definidos em Pernambuco, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

O principal adversário de Kalil nas eleições para o governo de Minas será o governador Romeu Zema (Novo). Em uma entrevista no início do mês ao UOL, ele disse que Zema deveria usar a amizade que tem com Bolsonaro para conseguir que o governo federal libere verba para as cidades mineiras afetadas pelas chuvas.

A avaliação entre observadores da política mineira é que se permanecer no PSD, Kalil terá dificuldades em “colar” o governador em Bolsonaro durante a campanha, já que a sua própria chapa pode ter um aliado do presidente.

Por O Tempo

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