Relatório do Ministério da Defesa admite que não é possível garantir segurança das urnas

Relatório do Ministério da Defesa admite que não é possível garantir segurança das urnas

“O sistema eletrônico de votação não está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento”

Ministério da Defesa descreve dois problemas graves e pede que TSE investigue. Defesa sugeriu criação de comissão específica com técnicos renomados da sociedade e representantes das entidades fiscalizadoras

O Ministério da Defesa divulgou nesta quarta (9) seu relatório técnico sobre o sistema eletrônico de votação (SVE) e enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com indicação de dois graves problemas e pedido para que a corte faça uma investigação séria sobre o assunto.

Em ofício enviado ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, o ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira destaca os problemas. “Foi observado que a ocorrência de acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do processo”, explicou.

Oliveira também cita que não foi possível “afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento” após os testes de funcionalidade, mesmo com o teste de integridade e o “projeto-piloto com biometria”.

O ministro da Defesa pediu que o TSE atenda o que foi sugerido pelos técnicos e realize uma investigação para esmiuçar a compilação do código-fonte e seus possíveis efeitos, além de promover uma “análise minuciosa dos códigos binários que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas”.

A Defesa sugeriu que seja criada uma comissão específica com técnicos renomados da sociedade e por técnicos representantes das entidades fiscalizadoras.

Ao contrário do que bradou toda a imprensa – afirmando que o relatório “comprovou que não houve fraude nas eleições” –, o que o documento mostra é exatamente a impossibilidade prática de comprovar se o funcionamento das urnas eletrônicas é realmente confiável

Diário do Poder/Brasil Sem Medo

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