Pescadores confessam ter assassinado Dom Phillips e Bruno Pereira
O jornalista do The Guardian e o servidor licenciado da Funai foram a mortos a tiros, depois queimados e enterrados
O superintendente regional da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, confirmou na noite desta quarta-feira, 15, em entrevista coletiva, que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira foram mortos.
Eles haviam sido vistor pela última vez no domingo 5, no Vale do Javari.
Os pescadores Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, e Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, confessaram o duplo assassinato.
Mais cedo, um dos investigados foi levado para a área de buscas pelos investigadores.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, confirmou que restos mortais foram encontrados no local.
Dois dias antes, os policiais encontraram “material orgânico aparentemente humano” na região.
Um relatório da PF sobre o caso, enviado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), mostra alguns trechos dos depoimentos de Pelado, que admitiu ter visto Bruno no dia em que o indigenista desapareceu.
Em outro depoimento, o procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo, afirma ter recebido de Bruno uma mensagem na qual temia por sua vida.
Difícil acesso
A PF descreveu o local em que os corpos foram encontrados como de difícil acesso. A reconstituição do crime foi feita no local indicado por Pelado.
“Mais de 3 quilômetros mata adentro, um local de dificílimo acesso”, disse o superintendente regional da PF. “Para você ingressar com uma embarcação, ela deve ser muito pequena. Sem contato telefônico, um agente teve de deixar o local para me informar que foram encontrados remanescentes humanos.”
Região perigosa
A região onde o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips morreram é dominada pelos cartéis de drogas de Miami, Medellín e Sinaloa. Reportagem do jornal Estado de S. Paulo de terça-feira 14 revela a existência de uma cadeia criminosa em plena atividade por rios, florestas e cidades da tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru.
Por Revista Oeste