Startup de Manhuaçu vira aliada de cafeicultores em certificação

Startup de Manhuaçu vira aliada de cafeicultores em certificação

Empresa trabalhou, em 2021, com sete pequenos agricultores que conseguiram a certificação Rainforest

Investir na certificação da produção é importante para agregar valor, ingressar em mercados mais exigentes e que pagam mais pela qualidade e também atestar as boas práticas e respeito com o meio ambiente. Contudo, o processo costuma ser burocrático e exige aportes elevados.

Em Minas Gerais, a startup CertifiCafé, com sede em Manhuaçu, nas Matas de Minas, desenvolveu um sistema que simplifica estes processos e tem ajudado cafeicultores, principalmente os de menor porte, a conquistar as certificações. 

fundador e CEO da CertifiCafé, Mauro Júnior, explica que, hoje, a certificação é um dos principais instrumentos que o produtor tem para mostrar ao mercado consumidor que os produtos são sustentáveis. Porém, o processo tradicional é burocrático e oneroso, o que limita a participação dos pequenos e médios produtores.

“A certificação é um diploma que mostra a sustentabilidade do produtor e da propriedade. Mas, geralmente, o processo tem muita burocracia, uma vez que é preciso atender às legislações ambiental e trabalhista e implantar as boas práticas agrícolas, e poucos têm condições de fazer isso. Normalmente, os que ingressam acabam fazendo investimentos muito altos por precisarem de consultorias e funcionários. Por isso, a maior parte dos produtores, que são pequenos e médios, não tem esses recursos para investir”, destaca.

Ainda segundo Júnior, no Brasil apenas 0,8% das fazendas produtoras de café tem  certificação. Vendo esse cenário em que muitos pequenos e médios cafeicultores querem certificar, mas encontram dificuldades, a CertifiCafé desenvolveu uma tecnologia que simplifica o processo da certificação, deixando-o mais compreensível para o produtor e mais acessível. 

tecnologia desenvolvida tem a capacidade de fazer diagnóstico completo, que mostra o que é necessário fazer para adequar as propriedades às exigências da certificação. O diferencial é que o produtor tem acesso a uma estimativa de quanto vai gastar, do tempo necessário e de como fazer as adaptações. A CertifiCafé também indica empresas e profissionais que podem auxiliar nos processos que precisam de adaptações. 

“No final do diagnóstico, entregamos um plano para que o produtor  entenda na prática o que tem que melhorar, o que investir e o tempo necessário para certificar. Todo o processo é digital e feito através de um aplicativo. O cafeicultor consegue acessar de onde estiver e ter acesso às informações para tomar a decisão mais correta”, explica. 

Os resultados têm sido positivos. Em 2021, a empresa trabalhou com sete pequenos agricultores familiares que, em três meses, conseguiram a certificação Rainforest, um dos principais da cafeicultura. 

“O trabalho junto a estes produtores foi muito importante. Ninguém nunca pensou que um pequeno poderia ter a certificação Rainforest, muito menos em tão pouco tempo. Não só fizemos, como conseguimos economizar para os cafeicultores cerca de 60% do que eles gastariam com o processo convencional”, afirma. 

Outro grupo, composto por 13 produtores de café, através da CertifiCafé, conseguiu uma certificação orgânica internacional. 

Investidores

Atualmente, o Senar Minas e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) se tornaram investidores da CertifiCafé e a empresa está trabalhando em um projeto que inclui 75 produtores que buscam pela certificação.

“Atendemos também cooperativas e, hoje, temos mais de 170 propriedades usando o aplicativo para obter certificação. Atendemos várias regiões produtoras, como as Matas de Minas, Sul de Minas, Cerrado, Alta Mogiana, cafeicultores do Espírito Santo, da Bahia e estamos prestes a iniciar um projeto em Rondônia”, diz Júnior.    

Os resultados positivos obtidos com o café estão estimulando a expansão da empresa, que pretende disponibilizar tecnologia para atender a outras culturas, como os grãos, frutas e horticultura. Para isso, a empresa está trabalhando com a NovoAgro Ventures, que ajudará a CertifiCafé a crescer, ampliar a atuação e buscar investidores no mercado. 

“Junto com a NovoAgro estamos preparando a CertifiCafé para a primeira rodada de investimento em 2022. Com o investimento, queremos aplicar o portfólio da solução da empresa. Hoje, estamos atendendo apenas o café, mas a certificação pode ser  levada para outros produtos, como as frutas, proteína e grãos. Com a NovoAgro, queremos fazer a expansão da solução”, explica o CEO da CertifiCafé. 

Com informações Diário do Comércio

Foto: Divulgação/Certificafe

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