
The Economist analisa ofensiva de Trump contra o Brasil
A revista britânica The Economist classificou como uma “chocante agressão” o recente anúncio do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras. A decisão, acompanhada da suspensão dos vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), marca, segundo a publicação, uma das maiores interferências norte-americanas na América Latina desde a Guerra Fria.
O estopim, de acordo com analistas ouvidos pela revista, teria sido a cúpula do BRICS realizada no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. O evento, que reuniu lideranças de países emergentes como China, Rússia e Índia, desagradou o presidente Donald Trump, que tem adotado uma postura crítica ao bloco. O republicano não escondeu o descontentamento com o que classificou como um “alinhamento do Brasil com rivais estratégicos dos EUA”.
A resposta do STF também ganhou destaque na matéria. A Corte brasileira, que conduz o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, determinou medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição do acesso às redes sociais. Para The Economist, tais ações foram “agressivas também”, alimentando ainda mais o embate institucional e diplomático.
A publicação reconhece que algumas reclamações comerciais dos EUA têm fundamento. O Brasil continua sendo uma das economias mais fechadas do mundo, com forte proteção à indústria nacional e subsídios estatais, o que alimenta tensões no comércio internacional. A escalada nas medidas, no entanto, é vista como um ponto fora da curva nas relações entre as duas nações — e um marco geopolítico que pode redefinir os rumos da diplomacia sul-americana.
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