
EUA avaliam classificar PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas
Cresce a pressão dos Estados Unidos contra o Brasil
O tema ganhou força após o assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, atribuído ao PCC. Para especialistas, a classificação poderia facilitar investigações e cooperação internacional, mas também levantaria riscos de ingerência externa e desgaste político interno no Brasil.
Segundo relatório da consultoria Eurasia Group, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF, além das sanções já aplicadas — como a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e a inclusão do ministro Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky — Washington pode dar um passo ainda mais duro: reconhecer facções criminosas brasileiras como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o **Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas.
A medida não é inédita na política americana, já aplicada a cartéis mexicanos e ao grupo venezuelano Tren de Aragua. Se adotada, teria grande impacto no setor financeiro, podendo resultar em congelamento de ativos, restrições a operações bancárias internacionais e sanções secundárias a empresas ligadas, mesmo indiretamente, a essas facções.
O governo brasileiro já rejeitou formalmente a proposta dos EUA, alegando que, pela lei nacional, essas facções têm motivação econômica — e não ideológica ou discriminatória —, o que as impediria de serem enquadradas como terroristas.
Nos bastidores, cresce o temor de que a retórica antidrogas de Donald Trump e a intensificação da presença militar americana no Caribe possam abrir espaço para operações unilaterais na região.
Possíveis impactos: pressão sobre bancos e empresas brasileiras, desgaste diplomático e aumento da tensão entre Brasília e Washington.
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Redação
Com informações BBC News Brasil